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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Hasta luego!

Chegamos ao fim de nossa viagem e de nosso blog! Apenas 2 horas e meia separam Montevideo do Rio de Janeiro pelo vôo direto da Pluna. O avião, modelo Bombardier, é pequeno e estreito, mas o espaço entre as poltronas é maior do que nos Boeing usados no Brasil. Vale a pena, mesmo não tendo nenhum serviço de bordo, ou melhor, se quiser comer e beber tem que pagar. No vôo da Gol também ofereceram serviço pago, mas ainda tem bebida e biscoitinho gratuitos. Na baixa temporada, a Pluna tem boas promoções, também foi o melhor preço para a primeira semana de janeiro. A Tam tinha um vôo com o mesmo preço, porém com o inconveniente de escala em São Paulo com mudança de aeroporto (Guarulhos para Congonha), ninguém merece! Tem que pesquisar o melhor custo x benefício.

Nossos destaques e melhores dicas de 13 dias no Uruguay:

Alimentação:
A carne é uma especialidade e bem servida, porém nem toda parrillada está a altura da tradição.
Comemos carne de boa qualidade no Garcia, no Mercado do Porto, no La Fonda del Puertito, na avenida Luiz Alberto de Herrera, 1132, mesma rua do Montevideo Shopping. Neste quarteirão da avenida há bons restaurantes, um ao lado do outro. E também no La Otra, calle Tomaz Diago, 758, ruazinha cheia de casas charmosas em Pocitos, bem perto do nosso hotel. E, é claro, o surpreendente restaurante Bahia, em La Paloma, que tem um carneiro excelente!

Panchos (cachorro quente uruguaio), os preferidos do Tiê e chivitos (sanduíche de carne e outros variados ingredientes) estão por toda parte. Mas cuidado com os complementos com queijo, nem sempre o resultado é bom, fica muito calórico.

Os dulces e postres são uma perdição! Nas panaderias e confiterias existem vários tipos pequeninos, vendidos a quilo (baratíssimos), quase sempre recheados com o maravilhoso dulce de leche. Sem falar no sorvete do La Cigale, não muito barato, 4 reais a porção de uma bola.

Em média, o preço da comida equivale ao do Brasil, mas a bebida é mais cara. Paga-se por um refrigerante, em média, 7 reais, pela água e café, 5 reais. Se houver mais apreciadores de cerveja à mesa, é a bebida mais econômica, pois é vendida em garrafas de 1 litro. O vinho segue sendo mais barato, se comparado com o Brasil.

Aqui o couvert é obrigatório e cobrado por pessoa, são os cubiertos (em média, 3 reais) e incluem os talheres, pão, biscoito, manteiga, e às vezes um patê. No Bahia, vinham com deliciosos bolinhos de alga do mar. Já os 10% nunca estão incluídos na conta, mas o garçom (moço) não irá esquecer de dar essa informação.

A cozinha uruguaia é um tanto calórica: carne, papas fritas, queso e dulce de leche! Para compensar, ande bastante!

Transporte:
O táxi é barato e o transporte coletivo funciona bem. A viagem ao litoral foi feita em carro alugado numa empresa local, a Punta Car, atendimento eficiente, carro novo e preço adequado. As estradas (rutas) estão em bom estado, as principais têm mão dupla e o pedágio é 5 reais. Não pode esquecer de manter o farol baixo ligado, em qualquer horário, como na Argentina, regra de segurança que deveria vigorar também no Brasil.

Dinheiro:
É possível viajar com reais na carteira. Muitas lojas e quase todos os restaurantes por onde circulam turistas trabalham com 5 moedas: pesos uruguaios, pesos argentinos, real, dólar e euro. Em Colonia, um lojista me mostrou uma gaveta com moedas de 4 países diferentes. Para facilitar, a cotação é múltiplo de 10: 100 pesos = 1 real. Para não carregar muito dinheiro, pode-se sacar pesos nos caixas eletrônicos da RedBrou ou Banred, diretamente de sua conta corrente no Brasil. Não esqueça de confirmar com seu banco se o cartão está habilitado para saques internacionais.

Hospedagem:
Ermitage Hotel, em Montevideo, excelente custo x benefício.

Lugares especiais:
A tranquilidade de Villa Soriano e a natureza de Cabo Polonio.

Momento especial:
O Natal em Dolores, na casa da família de Andrés.

Presença brasileira:
Postos Petrobras, Banco Itaú, talheres Tramontina e nossa música, tocada em todos os lugares.

Aprendendo espanhol:
Compartir: quando vamos dividir uma refeição. Realmente, compartilhar é mais apropriado e bonito do que dividir.
Manejar: dirigir, conduzir o auto.

O melhor do Uruguay:
Cidades arborizadas e bem cuidadas. Atendimento cortês e eficiente. Gente simples, simpática e atenciosa.

Agradecimentos:
A Raquel, pelas inúmeras e preciosas dicas.
Ao Andrés, pelo proveitoso presente de Natal: o mapa rodoviário do Uruguay.
A Clarissa e Andrés, pela oporturnidade que me deram de 'volver'.
Ao Tiê, por ter 'compartido' comigo mais esta linda viagem.

Para encerrar, versos uruguaios que expressam com simplicidade toda a beleza de viajar:

                                                     cuando uno viaja
                                                     también viaja com uno
                                                     el universo
                                                                                         Mario Benedetti, em Rincón de haikus (1999)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Piriápolis e Atlántida: duas boas surpresas no retorno

Orla limpa, organizada e charmosa (foto Tiê)
Argentino Casino Hotel (foto Tiê)

Estamos postando do aeroporto de Montevideo, lindo e novinho, enquanto aguardamos o vôo Pluna para o Rio, às 21 horas. No retorno, passamos em Piriápolis, outro balneário à beira-mar, pertinho de Punta del Este. a uns 100 Km de Montevideo. Levamos um susto na chegada, a cidade estava imersa num nevoeiro à 1 da tarde! Não estava frio, havia várias pessoas na praia, mas mal se enxergava o mar. Duas horas depois, o nevoeiro desapareceu e vimos um mar verdinho. Foi a primeira vez que vimos desta cor, em todas as praias, mesmo em Punta e Cabo Polonio que ficam no oceano, o mar estava escuro. Piriápolis tem uma bela orla, com calçada de tijolinhos e murada de madeira. O imponente prédio do Argentino Hotel dá um ar de balneário europeu, é uma graça!
Atlantida é pequena e arborizada

Outra cidadezinha à beira-mar muito simpática é Atlántida, a apenas 50 Km de Montevideo. Também estivemos lá, tomando sorvete La Cigale numa praça arborizada, aliás, toda a pequena cidade é muito arborizada, com ruas largas e belas residências.
No fim da noite estaremos no Rio. Saudades de casa! Amanhã, encerramos o blog com nossas impressões finais da viagem.
 

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cabo Polonio: maravilhoso!




 Ao conhecer Cabo Polonio vemos como é surpreendente a diversidade do pequeno litoral uruguaio, no qual cabem, em poucos quilometros, a sofisticada e urbana Punta del Este e o vilarejo rústico e natural de Cabo Polonio.
É fácil chegar na entrada de Cabo Polonio, área de preservação ambiental, com acesso muito bem organizado, bilheteria, banheiros e centro de informações. Paga-se 150 pesos (R$ 15,00) pelo transporte ida/volta, feito num caminhão com carroceria adaptada, único veículo que chega lá pela estrada de areia (ou outro 4x4). A viagem dura menos de meia hora. O carro fica num estacionamento, embaixo de frondosas árvores.

Barracas de artesanato (foto Julia)

Farol (foto Tiê)










Além das casinhas espalhadas pela areia, um farol e poucas construções de alvenaria, há duas extensas praias, dunas e uma grande colônia de leões marinhos ou lobos marinos, como são chamados aqui. Eles vem acasalar e procriar entre dezembro e fevereiro, ficam nas ilhotas e pedras atrás do farol, onde podemos chegar bem perto deles.

Até 1991, os 'lobos marinos' eram caçados (foto Julia)
Hoje são atração turística (foto Tiê)










É possível se hospedar em Cabo Polonio, mas prefirimos ir e voltar no mesmo dia. Tiê está fazendo tratamento para acne e mesmo com protetor solar e chapéu de tecido especial UV, evitamos ficar onde não haja sombra. Mas demos sorte! Pela primeira vez desde que chegamos ao Uruguay, o tempo está nublado e até choveu um pouco, foi tranquilo passear em Cabo Polonio.
Ficou a curiosidade de ver o charme do local à noite, pois apesar de ter energia elétrica, internet e celular, não tem iluminação pública. Deve ser como voltar no tempo!

Amanhã seguimos de volta à Montevideo para retornar ao Brasil, em vôo direto da Pluna, empresa áerea local. No caminho, vamos dar uma paradinha para conhecer outro balneário indicado pelos uruguaios: Piriápolis.

La Paloma e La Pedrera: opções de hospedagem

La Pedrera é boa opção para ficar  (foto Julia)
Para visitar Cabo Polonio ficamos hospedados em La Paloma, balneário a 40 Km. Não consegui reservar em La Pedrera, outra praia ao lado, a melhor opção, principalmente no Hostel El Viajero, da mesma rede que ficamos em Colonia. La Pedrera é mais bonita, mais arrumadinha e até a praia é melhor.
La Paloma é maior, mas não demos sorte com o Hotel Bahia, muito caro para o que oferece, pelo menos no único quarto disponível. Em compensação, o restaurante Bahia é excelente, aberto ao público, com cardápio sofisticado e uma carta de vinhos com quase tudo que se produz no Uruguay.
Outra surpresa de La Paloma é a oferta de livros, na pequena avenida principal há 4 lojas oferecendo livros com desconto, novos e usados, uma delas tem um galpão enorme abarrotado de livros, ao preço de 100 pesos (R$ 10,00). Comprei 3 para praticar espanhol. Já havia comprado um autor uruguaio indicado numa livraria em Montevideo: Mario Levrero. Aqui comprei 2 de outro uruguaio, Mario Benedetti, indicação da Raquel. E também levei uma introdução a Don Quijote de La Mancha, com apresentação de Jose Saramago. Do Brasil, trouxe para ler A elegância do Ouriço (ótimo!), mas terminei no meio da viagem. A leitura em espanhol não é difícil, a estrutura da língua é muito parecida com o português e ajuda muito para entender o que os uruguaios falam.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A caminho do litoral: Punta del Este

Uma parada para registrar o casino...
... e o belo porto (fotos Tiê)


Alugamos um carro para conhecer o litoral. Nosso objetivo é chegar a Cabo Polonio, seguindo indicação do Andrés, a quase 300 km de Montevideo. Vamos dormir em La Paloma, balneário próximo com mais infra-estrutura de hospedagem. No meio do caminho, passamos em Punta del Este, para confirmar o que todos dizem do lugar: sofisticado e cheio... de carros, gente, lojas, restaurantes e iates! Rodamos por toda a península, pelas principais praias e pelas mansões e edifícios luxuosos. Muito chic!
Na saída, visitamos Casapueblo, antiga residência e ateliê, construída pelo artista plástico Carlos Páez Vilaró numa encosta da praia de Punta Ballena, transformada em museu e hotel. A vista é deslumbrante, fora a inusitada arquitetura da casa. Imperdível!

Vista do interior do Museu Casapueblo (foto Julia)
Vista de uma sacadinha (foto Tiê)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Montevideo: último dia, na feira e no Centro

Cantadores na Tristán Narvaja (foto Julia)
Vende-se de tudo na feira, até animais (foto Julia)


Plaza Independencia (foto Tiê)
Pracinha na av. 18 de Julio (foto Julia)
Arquitetura (foto Julia)















Em nosso último dia de Montevideo, estivemos na tradicional feira da rua Tristán Narvaja, que acontece aos domingos no Centro da cidade. É uma feira que tem de tudo um pouco, de legumes a bugigangas, passando por objetos antigos e até pequenos animais. Confesso que fiquei um tanto decepcionada, pois na minha lembrança de 20 anos atrás a feira era mais interessante e bem maior (reduzida talvez por causa do feriadão), tirando os livros dos sebos, havia muita coisa industrializada e pirata. 
Andamos pela 18 de Julio, principal avenida do Centro, até a Plaza da Independencia e dali ao Mercado do Porto para o almoço. Mais uma grande caminhada, desta vez pelos antigos prédios do Centro, a maioria da primeira metade do século XX.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Caminhando ao som de Jorge Drexler

Caminhar pelas ruas é um ótimo programa


As ramblas dão um toque especial à cidade



 




 

Um lindo dia de sol e temperatura agradável, com trégua do vento, neste primeiro dia do ano em Montevideo. Clarissa e Andrés, passando por aqui no caminho de volta à Villa Soriano, almoçaram conosco e tivemos dificuldade para encontrar um local aberto. Quando encontramos, esperamos um bom tempo para comer.

Antes de sair para caminhar pelos parques da região, acompanhamos a posse de nossa presidenta pela internet. Não podia perder o momento histórico de nosso primeiro presidente operário entregando a faixa a nossa primeira mulher presidenta! Fiquei emocionada com a despedida de Lula, já estou com saudades! A posse de Dilma rendeu uma grande matéria na CNN, versão em espanhol, positiva para o novo governo e para o Brasil.

Tiê não se anima a andar e resolvo caminhar sozinha pelas lindas ruas de Montevideo. Sozinha mesmo, pois parece que todos deixaram a cidade! Fui até o bairro de Palermo, logo depois do parque Rodó, dar uma olhada na calle Isla de Flores, reduto africano da cidade, mas não ouvi nenhum dos famosos tambores que se apresentam nos fins de semana. Voltei pela rambla, onde encontro todos os uruguaios que ficaram em Montevideo, além dos turistas. Nessa região, as ramblas são margeadas por parques e grandes áreas verdes. Com temperatura de 21º e sol alto às 19:30h, sem vento frio, o povo se espalha pela imensa área de lazer para conversar, caminhar, jogar bola, andar de bicicleta e beber o famoso mate, o chimarrão gaúcho. É um hábito assumido por gente de todas as idades, eles levam a cuia e a garrafa térmica para qualquer lugar, a qualquer hora.

Foi uma estirada, duas horas caminhando, uns 10 km, mas muito agradável, ao som de Jorge Drexler no Ipod, artista uruguaio que conheci através do meu amigo Pacheco, que me deu um CD de presente de aniversário. Excelente começo de ano!

Há espaço suficiente para todas as atividades
A temperatura e o sol "à noite" atraem